Seixo da Beira
Número de Habitantes: 1722
Povoações: Aldeia Formosa; Felgueira; Isolados; Pedras Ruivas; Póvoa da Barbeira; Seixas; Sobreda; Vale Torto
Resenha histórica:
Foi vila e sede de concelho até ao início do século XIX, quando foi anexado ao concelho do Ervedal, por decreto de 6 de Novembro de 1836. Era constituído apenas pela freguesia da sede e tinha, em 1801, 1.303 habitantes. Com a extinção do concelho de Ervedal, em 24 de Outubro de 1855, transitaram ambas para o concelho de Oliveira do Hospital, cuja situação hoje se mantém. Voltou a recuperar o título de vila pelo decreto n.º 15 005 de 7 de Fevereiro de 1928. Nessa data mudou a sua designação de Seixo do Ervedal para a actual.
Igreja Paroquial
Localidade: Seixo da Beira
Orago: S. Pedro ad Vincula
Comemoração: 01 de Agosto
Resenha histórico-artística:
Edifício severo e sugestivo, de três naves, uma só abside, porta axial e duas travessas, à direita da fachada, torre baixa, sendo externamente todo o edifício de silharia regular, de granito, mas já com reformas. Pertence ao séc.XVI.
No princípio do XVIII, para contrabalançar o impulso dos arcos da nave, que se vêem alargados, colocaram na frontaria dois robustos contrafortes, lendo-se no da direita: FES ESTA OBRA MEL FR DE CANAS O PR MS 1707.
Frontaria baixa, só com porta em forma de arco e com as esquinas boleadas, colocada entre os dois robustos contrafortes referidos.
Encosta-se-lhe à direita a torre baixa e de cobertura cónica.
As portas laterais são rectangulares e de arestas chanfradas em toro; acompanha cada uma sua fresta alta e estreita, de duplo esbarro.
Dividem-se as naves por três arcos a cada lado, simples, levemente rebaixados, sobre duas colunas dóricas e em mísula nos topos.
A capela-mor cobre-se de abóbada de nervuras de secção quadrada; duas nervuras em cruzeiros e quatro ligando os cimos dos arcos formeiros, a produzirem um quadrado.
O corpo tem hoje a cobertura singela de madeira, mostrando ainda tirantes duplos e ornados de temas mudejares, o que é raro no distrito.
O retábulo principal de quatro colunas sobre mísulas e portas de ângulo, camarim e radiação solar, é traçado com certo gosto no concheado.
Os colaterais, de quatro colunas torcidas e arcos, com pâmpanos, dos séc.XVII-XVIII, são correntes.
Há mais dois pequenos encostados às paredes: o da esquerda, setecentista final e concheado, o outro, o da esquerda, é do séc.XVII, de pilastras e insignificante.
Há mais dois pequenos encostados às paredes: o da esquerda, setecentista final e concheado, o outro, o da esquerda, é do séc.XVII, de pilastras e insignificante.
As mesas de todos os altares são do séc.XVIII.
Sobre o arco cruzeiro (que é simples como o das naves) há um escudo em madeira, setecentista final, partido das quinas e de uma cruz floreada, com a cercadura dos castelos e com a coroa real.
Esculturas antigas: Piedade, do meado do séc.XVI, corrente, e Santa Catarina, dos séc.XV-XVI, ambas de pedra, no colateral direito; Virgem com o Menino (do Rosário) e S. Romão,do XVIII, secundárias.
O púlpito, cilíndrico, da época da igreja; pia baptismal poligonal.
O púlpito, cilíndrico, da época da igreja; pia baptismal poligonal.
Possui a igreja uma custódia-cálíce, de prata dourada, do fim do séc.XVI e de boa categoria.
O mostruário é composto de três colunitas por lado e dotado da costumada cupulazinha; o receptáculo é circular e ainda sem raios.
A copa do cálice adornasse de quatro anjos adultos, postos em pé, e dos ornatos do tempo.
“Tem uma igreja do orago de S. Pedro, cuja festa anual se costuma fazer em dia de S. Pedro ad vinculla o primeiro de Agosto. Tem esta igreja duas naves cada uma com dois arcos de pedra que firmam no meio com quatro formosas colunas inteiriças de pedra, cada uma tem cinco palmos de grossura e vinte de altura com assentos e capiteis.
Tem esta igreja da porta principal até ao cruzeiro, de comprimento, setenta e nove palmos, tem de largura, em vão, corenta e nove palmos. Tem uma capela - mor condrada de abóbada à moda de barrete muito antigo. Tem esta capela - mor vinte e dois palmos de vão assim de comprido como de largo. Tem altar com sacrário onde está e se venera o Santíssimo Sacramento. Tem um camarim sem tribuna moderno onde se expõe o Santíssimo Sacramento, com decência que permite e pode chegar a pobreza e possibilidades dos moradores da freguesia. Tem uma sacristia muito comprida de trinta e oito palmos no vão de comprimento e oito de largo. Tem esta igreja quatro altares no corpo dela para a parte do Norte um altar da invocação da Nossa Senhora do Rosário com uma imagem da mesma Senhora e mais duas imagens cada uma a seu lado, S. Romão à direita e Santa Bárbara à esquerda, todas muito bem estofadas de ouro e boas tintas e na mesma ao pé há uma primorosa e veneranda imagem do Menino Deus padroeiro de uma muito bem concertada irmandade de cento e cinquenta irmãos cuja festa celebram com a grandeza que permite a terra em dia da Circuncisão o primeiro de Janeiro todos os anos e vésperas solenes. Tem este altar um bom retábulo de talha salomónica primorosamente dourado e bem feito. Tem da mesma parte a dita igreja um altar da invocação das Almas feito o retábulo à antiga moda porém bem pintado com tintas nos siros e nas talhas ouro com a estampa do Purgatório muito bem lançada. Tem um dos mais venerandos crucifixos que os meus olhos têm visto, que já viram neste e diferentes Reinos foi erigido este altar por um devoto desta mesma villa e enquanto foi vivo o administrou à sua custa mandando nele dizer missas pelas almas todas as segundas feiras do ano e em o oitavário dos santos em geral o aniversário com quatro missas pelas Almas tudo à sua custa cujas despesas lhe recompensou Deus que sendo homem ordinário e de medianos bens teve um filho de grandes letras e tanto que chegou a ser desembargador do Paço que se chamou António dos Santos Oliveira, e seu pai, não estou certo do nome próprio nem do sobrenome, mas ser o alcunho, se chamaria o Catalão. Tem esta igreja para a parte do Sul outro altar colateral que corresponde com o do Norte em tudo na invocação da Nossa Senhora do Pranto muito bem feita e estufada de ouro e tintas da parte direita uma imagem de Santo António e à esquerda Santa Catarina também muito bem estofadas, estes três altares estão à custa dos moradores da freguesia e por eles administrados, o da capela - mor administrado parte pelos moradores à custa das rendas da confraria e parte pelo pároco prior da freguesia. Tem mais esta igreja para a parte do Sul um altar particular da invocação de S. Bento que foi erigido por Carlos de Vasconcelos da Cunha e sua mulher Bernarda de Castelo Branco comendador e alcaide mor que foi deste termo e moradores nele, e como não tiveram filhos entraram vários administradores a desfrutar os rendimentos e a faltar as cláusulas postas pelos instituidores, e por faltas de parentes deles entrou a confraria na posse por ser chamada em falta de parentes isto agora de um ano esta parte por cuja razão se anda no litígio se há ou não parente. Tem este altar uma imagem de S. Bento, ainda que deve ter três na forma da instituição faltam S. Cosme e S. Damião. Tem esta igreja a porta principal para o Poente e duas travessas uma para o Norte e outra para o Sul e para estas parte tem uma torre antiga com quatro ventanas uma de serventia e duas que ocupam dois sinos maiores e uma que ocupa um sino menor que serve de garrida com corda para dentro da igreja. Está esta igreja situada fora mas pegada à povoação para a parte do Nascente com seu adro bastantemente largo para a porta principal e demasiadamente estreito para o Nascente, e Norte, e Sul. Dentro deste adro estão situadas as casas da residência do prior.”
Capela de Nossa Senhora da Estrela
Localidade: Seixo da Beira
Orago: Nossa Senhora da Estrela
Comemoração: Agosto
Resenha histórico-artística:
Erigida no Séc. XII (1121). Afastada da povoação, construíram nas suas proximidades o cemitério. A porta é manuelina mas a capela-mor é anterior, do séc.XIV. A porta é rectangular mas tendo o cimo dos montantes em sugestão de cachorros. O arco cruzeiro tem a volta ogival, quebrada e de arestas chanfradas, ombreiras simples e impostas só chanfradas. Pequeno retábulo, de colunas torcidas, do princípio do séc.XVIII, secundário. Escultura de pedra, da Virgem com o Menino, gótica, dos sécs.XV-XVI, corrente
“Tem mais uma capela da Nossa Senhora da Gândara antigamente e de tempo sem memória da Nossa Senhora da Estrela situada fora da vila em distância onde findava a Via Sacra que se frequentava ainda não há muitos anos; está esta capela situada num quasi terraplano com duas muito grandes sobreiras e uma carvalha que a cercam e fazem o sítio aprazível e principal a imagem da veneranda Senhora tem uma capela ao antigo mas bem feita com retábulo bem feito e dourado já princípios do moderno feito em meu tempo. Tem perto uma fonte de boa água mal estimada; desta capela se avista para o Poente a Serra da Mucela, sete léguas para a Serra de Gois, sete léguas para o Sul até ao outeiro que cá chamam do Colcorinho, sete léguas para a Serra da Estrela, até à Serra do Malhão quatro léguas. Avista-se a vila de Ceia, Sta Marinha, Gouveia para o Nascente até Linhares os altos de Celorico as serras todas da freguesia das Châs a Senhora do Bom Sucesso, a Senhora do Castelo situada em um alto freguesia de S. Julião de Surar, as serras de Castro Daire, as serras de S. Pedro do Sul, parte da Serra do Caramulo que dista sete léguas e as de Castro Daire nove.”
Capela de S. Sebastião
Localidade: Seixo da Beira
Orago: S. Sebastião
Comemoração:
Resenha histórico-artística:
Na povoação.
Modernizada, simples, num certo gosto setecentista final.
S. Sebastião, de calcário, gótica, dos sécs.XV-XVI.
“Tem esta vila para a parte do Poente em um monte chamado Outeiro mas em o arrabalde da mesma vila uma capela de S. Sebastião muito pobre donde se avista para todas as partes, para o ponte nove léguas, para o Sul cinco léguas, para o Nascente sete, para o Norte nove que são árvores, serras, montes, capelas e povoações que acima fica descrita da primeira capela da Senhora da Estrela mas esta com mais vista por ficar em monte mais alto cercada de um arvoredo que consta de oliveiras, sobreiros, carvalhas onde a vista dos viventes põe de longe os olhos e por ele diferençam o sítio desta vila.”
Capela de S. João
Localidade: Seixo da Beira
Orago: S. João
Comemoração: Junho
Resenha histórico-artística:
“Tem mais outra capela da invocação de S. João Batista situada também para a parte do Nascente distante da vila coisa de quinhentos passos bem caiada por fora e por dentro, também com uma imagem do dito santo e com também a do D. Sebastião mas com mais algum aumento cercada de outro arvoredo como a de D. Sebastião mas em sítio mais baixo para onde correm as águas da vila, pois está virada para o Nascente,”
Capela de Santo António
Localidade: Aldeia formosa
Orago: Santo António
Comemoração: 13 de Junho
Resenha histórico-artística:
“Tem mais este termo e freguesia o lugar de Punhete que tem vinte e oito vizinhos tem uma capela com seu altar e uma imagem de Santo António e mais duas à parte do lado direito a imagem do Senhor Ressuscitado e do lado esquerdo para a parte do Sul a imagem do Menino Jesus. Está esta capela primorosamente composta, tem uma fonte de água não muito boa, avista-se deste povo para a parte do Poente da Serra do Caramulo e a do Buçaco nove léguas e a do Caramulo seis para Sul, a Serra do Colcorinho cinco léguas e a parte da Serra da Estrela três léguas de distância.”
Capela de Nossa Senhora da Tosse
Localidade: Felgueira Velha
Orago: Nossa Senhora da Tosse
Comemoração:
Resenha histórico-artística:
“tem este lugar uma capela da invocação da Senhora da Tosse e sua imagem está em retábulo antigo e nele se diz missa administrada pelos pobres moradores”
Capela de Nossa Senhora da Tosse
Localidade: Pedras Ruivas
Orago: Nossa Senhora da Tosse
Comemoração:
Resenha histórico-artística:
Sem dados de momento.
Capela de Santa Luzia
Localidade: Seixas
Orago: Santa Luzia
Comemoração: Dezembro
Resenha histórico-artística:
“tem uma capela ordenada da invocação de Santa Luzia ornada o que pode ser para semelhante povoação, tem esta capela um altar e seu retábulo dourado à moderna com três imagens a principal de Santa Luzia, a parte direita S. Loureço e à parte esquerda S. Nicolau,...”
Capela de Nossa Senhora do Bom Parto
Localidade: Seixas
Orago: Nossa Senhora do Bom Parto
Comemoração:
Resenha histórico-artística:
Sem dados de momento.
Capela de São Plácido
Localidade: Sobreda
Orago: Santa Bárbara
Comemoração:
Resenha histórico-artística:
Datada do Séc. XIX, situa-se na Rua José Maria Ferreira Delgado. Possui um retábulo do Séc. XIX.
Na Sobreda.
Ampla, com retábulo do séc.XIX, de sabor setecentista.
S. Plácido, bispo, sentado, com evangelho e báculo nas mãos, gótico, dos sécs.XV-XVI.
“Tem este povo da Sobreda uma capela com o seu retábulo e uma só imagem de S. Plácido ornada a dita capela com paramentos onde se diz missa;...”
Capela de Nossa Senhora da Saúde
Localidade: Vale Torto
Orago: Nossa Senhora da Saúde
Comemoração: no Domingo a seguir à Páscoa
Resenha histórico-artística:
Sem dados de momento.
Capela de Nossa Senhora dos Aflitos
Localidade: Vale Torto
Orago: Nossa Senhora dos Aflitos
Comemoração:
Resenha histórico-artística:
Sem dados de momento.